Depois da visita de Richard Rogers, há poucas semanas, agora é seu colega, patrício e ex-sócio Norman Foster quem visitará o Rio.
Foster faz par com Rogers na defesa da cidade compacta: “É preciso unir as lições da História e da tradição, de quando não tínhamos edifícios muito dependentes de energia. Os típicos arranha-céus modernos nasceram numa época de energia ilimitada e barata (…) hoje, não há mais uma fonte infindável de energia barata, por isso é necessário pensar em cidades compactas, criar prédios que trabalhem com a natureza, aproveitando as sombras, aprender com a História, usar a tecnologia mais avançada para melhorar a qualidade do meio ambiente, usar fontes de energia renováveis, criar calor ou energia de lixo queimado. (…) As cidades mais desejáveis são amigas dos pedestres.”
A cidade compacta é um desejo que se fortalece no urbanismo contemporâneo. Para nós, aqui, já precisamos ir mais fundo: é necessário que estanquemos a expansão indefinida e predatória do tecido urbano, espichado pela falta de política pública e pelo laissez-faire quanto à hegemonia do modo de transporte sobre pneus. A cidade se expande na miséria das periferias cada vez mais pobres, menos infraestruturadas, menos equipadas,mais longe.
Como o Brasil é muito acostumado a valorizar o importado, vamos torcer para que cada visita de um destacadíssimo arquiteto como Foster, para além de valorizar a arquitetura como expressão cultural e profissional , seja também estímulo para a revisão da rota de crescimento predatório de nossas cidades.
Clique aqui e aqui a leitura completa da entrevista de NF ao Globo, 19mai11.