Lucas Franco
Em função do movimento contra o aquecimento global promovido pela ONG WWF, Hora do Planeta, ocorrido no último sábado, a revista Vivercidades oportunamente publicou um artigo do arquiteto e lighting designer José Canosa Miguez acerca do tema:
“Uma mobilização denominada Hora do Planeta convidou governos, empresas e a população de todo o planeta a apagar as luzes durante sessenta minutos, às 20:30 hs de sábado dia 27 de março, para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. Ao chamar a atenção para a ameaça das mudanças climáticas, o gesto de desligar a iluminação nas cidades pode servir também para uma maior tomada de consciência da humanidade para o problema da poluição luminosa no céu noturno das áreas urbanas.
A olho nu, dos locais mais remotos do planeta, podemos ver cerca de 5000 estrelas e nos encantar com o fantástico espetáculo do firmamento durante a noite. Porém, nas ruas iluminadas de uma grande cidade, conseguimos com dificuldade perceber menos de uma centena delas.
A poluição luminosa é uma das consequências do uso incorreto da luz artificial. É facilmente percebida na noite das cidades pelo brilho amarelado do céu, proveniente das luzes emitidas para o alto por luminárias ineficientes. Estas luzes desperdiçadas se refletem e refratam nas diversas partículas da atmosfera e o brilho daí decorrente impede a visão clara do firmamento ao reduzir o contraste entre o brilho dos astros e o escuro natural do céu noturno.
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Ao modificar o ecossistema pela presença da luz artificial, a poluição luminosa provoca também sérias alterações nos ciclos vitais de plantas e animais, levando a migrações e alterações de seus hábitos noturnos. A cidade de Nova York já desliga as luzes de seus arranha-céus nas épocas de migrações para evitar a enorme mortandade de pássaros – cerca de 1 bilhão por ano nos EUA! – que se chocam com as vidraças dos edifícios, desorientados pela luz elétrica.
(…)”