Prefeito diz que centros de mídia podem ficar na Zona Portuária e em outras partes da cidade, criando a primeira divergência com o COI
A gente pode até achar que o Paes está jogando para a geral, mas que deu no jornal, deu!
A gente pode até pensar que há quase três décadas a prefeitura, o pessoal do patrimônio histórico e as corporações empresariais batalham para a recuperação do porto do Rio com projetos ambiciosos, procurando evitar o arruinamento de bairros onde se mesclam armazéns, galpões e construções modestas. E nada parece dar certo!
Regredida a atividade de comércio e movimentação de cargas, essas paredes foram depreciadas por traduzirem nas fachadas, adornadas de metáforas imagéticas, as arquiteturas híbridas e mal-amadas do estilo eclético. Quanto à situação urbana, à maneira de outros bairros da Zona Norte, a Zona Portuária foi dividida por viaduto que, hoje, garante a mobilidade e o deslocamento de trabalhadores para as cidades vizinhas que, assim, sustentam a condição metropolitana da cidade.
Concepções puristas veem esse modo funcionalmente moderno de resolver a circulação de veículos e pedestres como ação espúria gerada na inversão dos valores urbanísticos.
O projeto que foi apresentado pela cidade para o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 prevê a construção de infraestruturas (vias e Vila Residencial) e a reurbanização da Zona Portuária estaria aí incluída.
O anúncio de alterações e mudanças de algumas dessas “facilidades” da baixada da Barra da Tijuca e Jacarepaguá para as vizinhanças do Centro do Rio foi recebido com alegria e esperança por todos os moradores e usuários da cidade.
Afinal, a região da Baixada da Zona Oeste possui apenas cerca de 200 mil moradores!
Depois que mataram o palácio Monroe na Cinelândia e o Guggenheim no píer Mauá, a Cidade da Música aterrissou e aterrorizou o centro do Centro previsto no plano de Lucio Costa para a baixada da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. Agora, a âncora da revitalização da Zona Portuária, segundo os vereadores Aspásia Camargo e Eliomar Coelho, é a nova sede da Câmara dos Vereadores.
‘Fala sério’!!!!!
A centralidade histórica da área de negócios e a rede cultural que o Centro do Rio de Janeiro detêm são indiscutíveis.
Vamos mudar, ‘com certeza’, pois a cidade não aguenta mais tanto terrorismo urbanístico!
Leia as reportagens:
O GLOBO: COI e prefeitura têm primeira divergência
JB: Paes quer centro de mídia na Zona Portuária