Lá atrás (1961), Jane Jacobs abriu o caminho crítico, quando evidenciou que cidades americanas perderam vitalidade e qualidade de vida justamente quando a economia mais prosperou (Livro: Morte e Vida de Grandes Cidades). Leonardo Benévolo, professor italiano, alguns anos depois também tratou do tema (História da Cidade), aderindo à idéia de que “não basta melhorar as atividades econômicas e sociais para que as espaciais fiquem automaticamente corrigidas”. Mais recentemente (1996), o sociólogo espanhol Manuel Castells, também revendo seu pensamento modernista-marxista exposto em seu livro de estréia, A Questão Urbana (1970) passou a dar importância ao papel da boa cidade como condição para o desenvolvimento e a economia (A Sociedade em Rede e O Poder da Identidade). Finalmente, entre os grandes estudiosos do exterior, não pode ser esquecida Sáskia Sassen, economista americana, que tem evidenciado o papel das grandes cidades como foco e condição do desenvolvimento econômico e político global (As Cidades na Economia Global).
Tenho esperança que consigamos ampliar a rede de cidadãos e de pensadores, como Lessa, para incluir a questão das metrópoles na agenda política nacional.
São cinco dezenas de milhões de brasileiros que moram em cidades metropolitanas. É simplesmente desumano que continuemos sem políticas consistentes de transporte público, por exemplo; de saneamento, de habitação, de desenvolvimento econômico com fundamentação na matriz urbanística, entre outras. Isto é, que deixemos o tempo ir levando, apenas, enquanto o desenvolvimento não vem…