Lessa dá uma aula de cidadania e de percepção do espaço público. Deste espaço que é de todos nós. Não é um lugar sem dono, tampouco é de dono algum.
Em um trecho do vídeo, durante um passeio pela Rua Orestes, o professor chama a atenção para um carro estacionado em cima da calçada, obstruindo o passeio. Os alunos acompanham atentamente fazendo as suas anotações.
Uma vez, ouvi meu pai dizer que ficara mais educado depois que eu e meu irmão nascemos, principalmente depois que começamos a freqüentar a escola.
Imaginemos agora, aquelas crianças daqui a alguns anos, dirigindo seus carros, vivendo na cidade com essa nova compreensão. Será que nunca estacionariam seus carros sobre as calçadas? Então nós, os arquitetos, não precisaríamos mais projetar barreiras físicas? Nada de frades, correntes, balizadores….
Imaginem, com o esclarecimento dos direitos e deveres do cidadão para estas questões, qual seria o impacto nas transgreções e conseqüentemente na fiscalização do cumprimento das regras básicas estabelecidas.
Seria este, o chamado “pacto social”?
Neste caso, me parece que o projeto do Pedro Lessa também serviria para a questão dos ecolimites. Ensinando e explicando, derrubando os muros da ignorância, ele estaria desenhando uma bela e nova proposta para os muros da Cidade: os transparentes e esclarecedores.