Os centros são imparciais porque não disputam preferências com outras regiões do cosmos, das figuras geométricas, de gravidades ou dos poderes democráticos constituídos. Também, no mundo todo, aparentemente, todas as regiões das cidades se destacam dos seus centros, que são indiferentes, meio mudos, mas acima de tudo coletivos e unâmines. O que as regiões gritam, os centros agregam.
Tijuca do Rio, Guillermerie de Toulouse, Kralingem de Rotterdam, Oued Kouriche de Argel possuem muitos sons, vitalidades, vaidades, mas não possuem ruas tão públicas e anônimas ao mesmo tempo, como a do Ouvidor, a du Tour, a Gouvenestraat ou a Rabah Rajah, que deve ser fascinante conhecer. As regiões ou os bairros, é verdade, são tão fundamentais quanto os centros, porque naqueles vivem os cidadãos.
No Rio, chamamos, ou chamavam nossos pais e avós, o centro de Cidade. Vou ou vamos à Cidade. De dia, isso significava resolução de papeladas, de noite, diversão. Durante o dia e à noite, a cidade no Rio era o Centro. Entre uma e outra papelada, havia bancos nas praças na hora do almoço e de noite havia luzes.
Praças e luzes. Parecem uma boa retomada para a Cidade, para o centro do Rio.