Depois dos dias de caos, em que, talvez como reação emocional, prevaleceu uma visão simplista sobre os problemas urbanos, dá gosto ler no Globo de hoje três artigos que contribuem para recolocar o tema da cidade na sua devida complexidade.
O arquiteto Luiz Fernando Janot inaugura sua coluna no jornal com a defesa do espaço público como lugar da interação social. LFJ trata do estranhamento em relação ao outro (“não se pode achar que é inferno tudo que é estranho”) como uma das conseqüências da perda de qualidade desse espaço.
A paisagista Cecília Herzog reivindica uma ampliação da cobertura vegetal como instrumento para reduzir os danos em relação a grandes chuvas. Reivindica transformar o Rio em “Cidade Verde Maravilhosa”, pelos benefícios ambientais, sociais e econômicos que uma solução, como a que propõe, pode representar.
E o cardeal D. Eugênio Salles retoma uma questão que lhe é cara: a da promoção da justiça na vida urbana. D. Eugênio, com discrição, sempre teve papel importante no encaminhamento de temas relacionados à moradia dos pobres. Agora, lembra decisão de sua Arquidiocese, de 1981, em defesa da posse e uso do solo urbano pelas famílias moradoras em favelas como uma condição de justiça e paz social.
A semana termina bem. Para a cidade, nada melhor do que o debate de seus problemas.
Leia aqui o artigo de LFJ
Leia aqui o artido de Cecília Herzog
Leia aqui o artigo de D.Eugênio Salles