André Luiz Pinto
Foi publicado no O Globo de hoje uma reportagem divulgando o trabalho realizado pela COPPE/UFRJ sobre o que ocorreu na tragédia das chuvas na Região Serrana.
Segundo o estudo o evento natural foi tão raro que só ocorrerá novamente em cerca de 500 anos.
Uma combinação de fatores provocou a reação em cadeia que destruiu tudo que estava pela frente. Volume (mais de 400mm) e intensidade singulares, além do acúmulo natural das águas provocaram a derrocada de imensa quantidade de material como terra, árvores e pedras.
Segundo o Professor Paulo Canedo (COPPE):
–Foi como se tivessem caído 18 tempestades de verão seguidamente, com um enorme poder de destruição.
O Professor sustenta que, diante das proporções tomadas, a tragédia era inevitável. No entanto, defende que se houvesse maior prevenção as consequências poderiam ser reduzidas:
–Contra um ataque cardíaco fulminante não se tem o que fazer, mas isso não quer dizer que não devamos ter uma vida saudável, porque serve para proteger contra pequenos desvios do coração. Na Serra, era necessário haver uma política de ocupação adequada, projetos de mitigação de efeitos de cheia, por exemplo. Não evitaria a catástrofe, mas, em vez de morrerem mil, morreriam a metade talvez.